sexta-feira, 7 de junho de 2019

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA DE LEOPOLDINA: IGREJA DE PROVIDÊNCIA - 1898

Igreja de Santo Antônio, em Providência (não tenho certeza se é a mesma que recebeu a benção em 1898, preciso verificar).

Lendo a Gazeta de Leopoldina, de 12 de junho 1898, deparei-me com um pequeno trecho que falava de uma festa em Providência, distrito de Leopoldina (MG), para a benção da nova Igreja. As festividades ocorreram entre 12 e 13 de junho. Segundo a Gazeta, do dia 19 de junho, trata-se da primeira Igreja do povoado. O jornal dese dia dedicou uma longa descrição das festividades, em primeira página. Leia um trecho:

(...) Conquanto de pequenas dimensões, todavia já preenche um fim sobremaneira elevado.

Acha-se colocada em um ponto belíssimo e fora construída por meio de auxilio dos fieis, tendo concorrido com o maior óbulo, afinal, o dr. Antônio Pedro, que assumira a direção dos seus trabalhos, para  o que não poupou esforços.

É S. Antônio seu padroeiro. Ele - que é um santo milagroso por excelência, mede um metro e é uma imagem perfeitíssima. 

A igreja o obtivera-o, por meio de um ato de devoção, da virtuosa esposa do dr. Antônio Pedro (...).
(Gazeta de Leopoldina, 19 de junho de 1898, p. 01)

Festas religiosas eram eventos concorridos e que reuniam pessoas de todos os estratos sociais, dando destaque, claro, aos membros da elite local. Muitas vezes eles doavam dinheiro para as obras das igrejas, compravam vitrais, encomendavam e doavam estátuas de santos, como foi o caso da doação feita pela esposa do dr. Antônio Pedro, cujo o nome não foi citado. 

As mulheres tinha sua identidade sobreposta pela do homem. Ela era simplesmente a filha do fulano, a esposa do beltrano. Mesmo quando seu nome é citado, ela ainda fica atrelada à sua condição de esposa ou filha de alguém. Note que isso ocorre ainda nos dias de hoje.

A missa do dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, foi celebrada pelo vigário Júlio Fiorentini, que, segundo Nilza Cantoni e José Luiz Machado[1],  mudou-se para Leopoldina no ano de 1896 e aqui viveu até sua morte, em 1924. o Padre Julio Fiorentini foi nomeado o vigário da Comarca de Leopoldina, criada em março daquele ano, pelo Bispo de Mariana, D. Silvério Gomes Pimenta. (Gazeta de  Leopoldina, 27 de fevereiro de 1898, p. 02).

O distrito de Providência foi criado pelo Decreto estadual nº 61, de 09 de maio de 1890 e ratificado pela Lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891,  e anexado ao município de Leopoldina. Segundo Nilza Catoni, o nome do distrito é o de uma das fazendas que surgiram ali por volta dos anos de 1830, a partir de terras que foram doadas para a família Monteiro de Barros. A elas estavam incluídas, na época da sua criação, as terras do distrito de Santa Izabel, atual Abaíba[2].

Uma curiosidade é que a Paróquia Santo Antônio, de Providência, só foi criada em 1914 e época estava subordinada ao bispado de Juiz de Fora de Juiz de Fora. Com a criação da Diocese de Leopoldina, em 28 de março de 1942, Leopoldina, que estava submetida à Arquidiocese de Mariana, ganha as paróquias de Argirita e Providência. A elas, posteriormente, uniram-se outras. Outra curiosidade é que a construção da Catedral de Leopoldina foi uma forma da diocese, que foi criada durante a II Guerra Mundial, agradecer pelo armistício, daí o monumento em homenagem à Nossa da Paz, que fica ao lado da Catedral[3].



[1] CANTONI, Nilza. MACHADO, José Luiz. Nossas Ruas, Nossa Gente: Logradouros Públicos de Leopoldina. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/89281432/Nossas-Ruas-Nossa-Gente-Logradouros-Publicos-de-Leopoldina>. Acesso em: 07 jun. 2019.

[2] CANTONi, Nilza. Providência. Disponível em: <http://cantoni.pro.br/blog/2014/05/providencia/>. Acesso em: 08 jun. 2019.

[3] Diocese de Leopoldina. Disponível em: <http://dioceseleopoldina.com/diocese-de-leopoldina/>. Acesso em: 08 jun. 2019.

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