sexta-feira, 2 de março de 2018

PASSANDO O DIA EM BRUGES

Chegando a Bruges, num dia frio e nublado, mas nem por isso menos encantador. 
No meu segundo dia na Bélgica eu fui conhecer Bruges. Gostei tanto da cidade que decidi fazer uma postagem apenas sobre ela. Visitar Bruges foi uma experiência diferente da que eu tive em Bruxelas.  Bruges foi um daqueles passeios de um dia. Passamos o sábado na cidade, andamos pelas ruas, navegamos pelos canais, enfim, aproveitamos cada momento. De Bruxelas para Bruges é uma viagem rápida, que não chega a uma hora. 

Fomos de TGV, com todo o conforto, e ainda pegamos uma promoção. Para incentivar o turismo nos fins de semana, a passagem cai para a metade do preço. Se não me engano, pagamos €15,00 na passagem de ida e volta. Ou seja, um passeio bom, bonito e barato.


Com um conjunto arquitetônico harmonioso, andar pelas ruas estreitas de Bruges é uma viagem no tempo e brinca com a imaginação dos visitantes.
Para quem não conhece, Bruges é uma charmosa cidade belga, capital da província de Flandres Ocidental. Quando você entra na cidade fica com a sensação de que está voltando no tempo e indo parar em algum lugar entre a Baixa Idade Média e a Idade Moderna. E é justamente assim que a cidade deseja que seus visitantes se sintam.

Bruges foi totalmente repaginada por volta de 1870 para passar ainda mais essa impressão aos turistas. No final da Idade Média e Início da Idade Moderna, Bruges foi capital do comércio da Europa, mas no início do século XIX a cidade havia empobrecido. Em busca de uma solução para recuperar a economia local, o Conselho de Bruges decidiu contratar o arquiteto Louis Delacenserie (1838-1909) para dar um toque medieval nas construções da cidade.   

Passear pelos canais de Bruges é obrigatório. O turista tem uma outra perspectiva da cidade a partir dos canais.
Bruges é chamada de "Veneza do Norte", por causa de seus inúmeros canais. E, é claro, apesar do frio, nós fizemos um passeio de barco pelos canais. Aliás, um passeio delicioso e muito agradável. Sinceramente, nem deu para sentir frio, e olhe que aquele foi um dos dias mais gelados que pegamos na Bélgica. O passeio não é caro e dura cerca de uns 20 minutos. 

No barco o guia conta um pouco da história da cidade e de como ela foi restaurada justamente para se tornar mais atrativa para os turistas. Passamos por baixo das pontes que atravessam os canais e tivemos uma outra visão da cidade, por sinal a mais bonita. Vimos os jardins das casas, patos e cisnes nadando despreocupadamente.

Almoço delicioso: peixe, croquetes e salada.
Não posso esquecer de falar sobre a culinária local: uma delícia! Para começar, nós provamos o melhor  waffle  da Bélgica, que segundo o guia que nós consultamos é o do Ice Bar Oyya, que fica em uma rua comercial no centro da cidade. E é realmente delicioso. Feito ali, na hora. 

Eu pedi o mais simples, para sentir o sabor da massa, mas as opções são variadas: waffle com sorvete, com calda de chocolate,  com chantilly e morangos, etc. Tem para todos os gostos. A Bélgica é a terra do waffle, portanto, uma vez lá oportunidades para experimentar a iguaria não faltam. Waffle, batata frita, chocolate e cerveja: a Bélgica não é um país indicado para quem pretende fazer dieta.

E não posso deixar de lado o almoço, claro! Comemos em um restaurante charmoso, com uma linda lareira e um cardápio variado. Eu pedi o menu do dia. Nele estava incluso uma entrada, um o prato principal e o café. Enquanto a comida não chegava eu me distraí com uma taça de vinho branco, que veio acompanhada de uma porção de amendoins. 


Restaurantes da Grote Markt ao anoitecer - o conjunto arquitetônico do centro histórico da cidade  de Bruges foi declarado como patrimônio histórico da humanidade pela UNESCO, desde o ano 2000.
Apesar do atendimento estar, aparentemente, nas mãos de apenas dois garçons e uma garçonete, tudo foi servido com muita rapidez. A entrada foi uma deliciosa sopa de tomates. A melhor que eu já provei até hoje. O prato principal foi peixe, salada e uns croquetes deliciosos, acompanhados de um molho de maionese muito saboroso. Pães e manteiga foram cortesia da casa.  Tudo super combinando com o ambiente. Uma das melhores refeições que eu comi durante meus 33 dias de viagem.


Eu me senti no carnaval
de Veneza.
Terminamos o dia no Grote Markt, o coração da cidade. Lá acontecem vários eventos como apresentação de orquestras e feiras. Desde 958, ela é o centro da vida em Bruges, com muitos restaurantes, cafés e lojas. No dia que fomos lá haviam alguns atores, vestidos com roupas medievais, no estilo do carnaval de Veneza. Foi super interessante.   

No Grote Markt localiza-se o Campanário de Bruges, o Belfort, uma torre de 83 metros de altura com uma torre que permite ao turista uma visão privilegiada da cidade. Meus amigos até tentaram, mas como chegamos na Grote Markt já perto do anoitecer, não foi possível, pelo menos não desta vez. Lá também está  a Corte da Província, onde está acontecendo uma exposição sobre a Idade Média em Bruges. Eu não subi na torre. 

Para encerrar minhas postagens sobre a Bélgica, eu não posso deixar de falar da boa impressão que o país me deixou. As pessoas, de uma forma geral, são receptivas e educadas. Há também uma grande diversidade  de rostos e de nacionalidades onde quer que se vá. 

De fato, uma das coisas que eu mais reparei desta vez é como a Europa está se tornando um mosaico étnico. Lembrei-me até de uma frase que uma colega disse certa vez "O Sul está invadindo o Norte". E é verdade! Descendentes de povos colonizados pelos europeus estão se tonando cada vez mais presentes no continente. Talvez não seja exagero afirmar que o colonizador está sendo colonizado.

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