terça-feira, 3 de maio de 2016

VAGANDO PELA EUROPA – PARTE I


A primeira vez que viajei para o exterior foi em 1998, por sinal, meu destino foi um país europeu, a suíça. Por lá fiquei por 15 dias, na casa de uma amiga e colega de faculdade, Lúcia, casada com um Suíço. Conheci castelos e fiz amizades que duram até hoje. Visitei a Itália e andei pelas ruas  e canais de Veneza. Até fui a uma exposição de Vicente Van Gogh.

Na época não havia tablets ou mesmo notebooks onde pudesse registrar minhas impressões. Mas havia o papel, claro, e nos dias frios do outono suíço eu me sentava próxima ao aquecedor, à noite, e relatava em uma agenda tudo que eu havia visto e vivenciado. Colei coloquei folders, postais, tickets de entradas em museus, enfim, tudo que pudesse reavivar minha memória e manter viva aquela experiência.

Ainda tenho meu diário de viagem e lamentei não ter feito o mesmo desta vez. Por essa razão resolvi postar no blog alguns relatos sobre minha recente experiência e compartilhá-la com os amigos. Não que seja uma ideia original. Ano passado, depois da sua visita ao Brasil e á Rússia, Trina Robbins fez o mesmo, ressaltando o “bom” e o “ruim” das duas experiências. Vou fazer o mesmo, acrescentar alguns episódios cômicos porque, quem me conhece sabe, tem que ter alguma trapalhada senão não é comigo, e falar de alguns lugares onde estive.

Então, caro leitor, prepare-se, porque quem me conhece sabe que não economizo nas palavras. Tanto que vou dividir a postagem em partes.

O BOM
Vou começar pelas companhias de avião. Tanto a KLM quanto a Air France foram ótimas. Das duas preferi a Air France, tanto no conforto quanto no atendimento. Pra vocês terem ideia, no voo de retorno foi nos oferecido um cardápio variado no qual poderíamos escolher entre duas opções de refeição para o almoço, um jantar e ainda a possibilidade de solicitar um número expressivo de bebidas quentes e frias durante o voo.  Pedi um cappuccino, que degustei  enquanto escrevia parte deste texto.


O serviço de bordo começou nos primeiros 20 minutos de voo. Achei que seria servido o almoço, mas começou com bebidas e aperitivos (biscoitos salgadinhos). De cara, a comissária de bordo (uma portuguesa muito simpática chamada Gabriela) me ofereceu champagne. Eu estou viajando na classe econômica e me serviram champagne francesa! Falei com ela que estava em dúvida, se pedia o vinho (porque em todos os voos, mesmo os mais curtos, havia vinho francês e/ou da África do Sul, tinto ou branco). Ela simplesmente me disse: pegue os dois. E eu peguei e ela ainda me ofereceu mais no almoço. Já beberam vinho há 15 mil metros de altitude? Depois digo em off como é a sensação.
Champagne e vinho, só de boa qualidade.
O almoço foi delicioso. Salada, frango, queijo, pão, torta de maça e abacaxi (vejam, o cardápio). Um dos comissários ainda ofereceu uma porção extra de pão, que eu não recusei, claro. Depois do almoço resolvi assistir a um filme. Um pouco mais tarde passaram oferecendo um picolé delicioso, daqueles com casquinha de chocolate e recheio de creme. Depois, um sanduíche de queijo e, em seguida, o jantar. por sinal.Caramba, acho que vou engordar mais no voo do que pelas comidas que provei estes dias na Europa.
Almoço servido no avião - parece pouco mas é muita coisa!
E falando em comidas, não posso reclamar, pois comi muito bem, tanto na Holanda quanto em Portugal e na França. Claro, algumas coisas foram melhores que outras, mas no geral, não passei fome e adorei os vinhos. No shopping Colombo, um dos maiores de Lisboa, e que fica ao lado do estádio do Benfica, eu fui um dia à noite com a minha mãe e tomamos uma sopa deliciosa e barata. Com relação a preços, come-se bem sem gastar muito, mas é preciso procurar. Eu nem sempre fazia isso, às vezes escolhia um restaurante pela localização, a vista que ele tinha e mesmo pela sua aparência. Pagava caro, mas era um luxo que eu estava me dando na minha condição de turista. Mas numa segunda vez não farei o mesmo e certamente sairei satisfeita.
Bacalhau com batatas, em um restaurante da Rua Augusta, no centro de Lisboa.
Aliás, a Europa é cara, mas sabendo-se administrar pode-se fazer um bom passeio sem se gastar muito. Pelas minhas contas, eu teria me divertido da mesma forma, gastando metade do que eu gastei e olhe que não gastei muito, pois não sou daquelas que saem comprando tudo que vê. Gosto de fazer passeios, com eles não economizo. Meus únicos luxos foram uns óculos de sol, uma jaqueta e dois perfumes franceses (um Armani e um Lacôme, e estavam na promoção pelo dia das mães, tudo com descontos de 20 a 25%. Tanto que recebi meros cinco euros de Tax Free.

Aliás, fica a dica para quem for passear na Europa. Em países da comunidade europeia paga-se um imposto específico sobre produtos. Se você não é cidadão da comunidade tem direito ao reembolso deste importo, que pode ser solicitado no aeroporto, mediante a apresentação de um recibo emitido pelo estabelecimento onde você comprou. Normalmente, tem-se direito ao reembolso em compras acima de 60 euros.

Falei da comida, do avião, vou falar agora das pessoas. Todas foram muito amáveis comigo, em todos os países que fui. E encontrei neles muitos brasileiros, seja a passeio ou que moram e trabalham na Europa. Em Portugal, onde fiquei mais tempo, era comum encontrar brasileiros nos ônibus, trabalhando em lojas e restaurantes ou mesmo passeando como eu. E sabe o que é mais legal? Todos te dão dicas de passeios, indicam restaurantes, falam os lugares que temos que evitar, nos alertam com relação a medidas de segurança, etc. Como no Brasil, turistas são visados, principalmente os orientais que são mais descuidados e estão sempre carregando equipamentos eletrônicos caros.
Com André Diniz e Pedro Bouça, na fila do cinema!
Ainda falando das pessoas, conheci muitas, revi outras, fiz amizades e firmei contatos profissionais. Fui para Lisboa ficar na casa do meu amigo de longa data, Pedro Bouça, por quem fui muito bem recebida, e ainda levei minha mãe. Olha o abuso! Pedro reservou um quarto para nós e ainda me presenteou com duas coleções magníficas de quadrinhos, uma do Alix (quadrinho histórico que se passa durante o período do Império Romano, de Jacques Martin, autor que eu gosto muito) e dos Smurfs (em francês, para que eu possa treinar meu francês que atualmente está ridiculamente reduzido a poucas frases).

Ele também me presenteou com uma HQ de Jacques Martin sobre portugal, com dedicatória pra mim e tudo mais! Aproveitei para buscar a coleção e revistas da Ah! Nana!, periódico da década de 1970 o qual pesquiso e que comprei pela internet e pedi que fosse entregue na casa dele.

Imaginem o peso que as minhas duas malas ficaram. Um foi só para trazer as HQs. Com tanta coisa, acabei não comprando muito, apesar de ter ido a várias lojas da FNAC. Agora, a casa do Pedro é a maior gibiteca onde eu já estive, sem exagero. Ele tem de tudo! São basicamente quatro cômodos da casa com armários e parede a parede, todos lotados. Ele me mostrava todos os dias suas raridades e eu babava. Tinha até medo de segurar as revistas.
Quadrinhos que eu ganhei do Pedro Bouça!!
E falando de amigos que reencontrei com André Diniz, quadrinista brasileiro que se mudou para Portugal no início do ano. Fiz uma visita à sua casa, onde conheci sua esposa Marcela e sua filha. Conversamos bastante e depois fomos ao cinema, assistir Capitão América, Guerra Civil, filme sobre o qual não vou comentar agora, porque merece uma postagem a parte.

Na escala que fizemos na França reencontrei o ex-colega de trabalho, Eduardo, que largou o magistério para ser sacerdote e está em Paris, fazendo mestrado. Ele foi tomar café da manhã conosco, no hotel e nos conduziu ao aeroporto. Ele é um grande amigo da Ana Cristina Fajardo, que viajou conosco, juntamente com sua filha Isabela. Foi um programa de mães e filhas.

Por fim, uma das coisas boas foi minha palestra na Bedeteca de Amadora. Tanto pela experiência em si, quanto pelos contatos e amizades que fiz. Gostei muito do pessoal que gerencia a bedeteca, especialmente da Cândida, com quem tive mais contato. Fiz amizade com Gelrades Lino, do Clube de Banda desenha e ainda conheci José Ruy e Fernando Relvas, dois notáveis quadrinistas portugueses e Nina, uma artista plástica. Fui apresentada a outros, mas foi com eles com quem conversei e troquei contatos e ideias.


Agora, na parte II, os passeios! 

Um comentário:

Gazy Andraus disse...

Natania. Parabéns pela viagem e pelo reato. E gostei que vc ganhou coleção dos Schtroumpfs!