domingo, 12 de dezembro de 2010

MEU PÉ DE LARANJA LIMA E A HISTÓRIA DA ELETRICIDADE

Hoje pela manhã fui a Piacatuba, distrito de Leopoldina, para ver de perto as filmagens do filme "Meu pé de Laranja Lima", nova adaptação do livro de José Mauro Vasconcelos . Eu li o livro quando tinha lá meus 13 anos de idade. Uma história emocionante e terna. O livro conta a história de Zezé, um menino de aproximadamente 6 anos (que no filme é vivido pelo ator João Guilherme), de família pobre e numerosa. Por causa do desemprego de seu pai, eles foram obrigados a mudar para uma casa menor, onde o garoto conheceu Minguinho seu pé de laranja lima, que fica sendo seu melhor e único amigo.


Apesar de muito levado, Zezé era também muito inteligente, tendo aprendido a ler bem cedo e por isso foi matriculado na escola, aos cinco anos , aproximadamente. Lá ele era um garoto muito comportado e gostava muito da professora Célia Paím. Um dia o garoto foi pegar uma carona do lado de fora do carro, mas o carro era de um português chamado Manuel Valandarez, que tinha o carro mais bonito da cidade. O português viu isto e lhe deu uma surra que o garoto jurou se vingar.

Bruna e o ator João Guilherme, que faz o papel de Zezé



Com o passar tempo, ele acabou esquecendo o
ocorrido, até que um dia ele pisou num caco de vidro que abriu um corte. O português vendo aquele corte enorme levou o garoto de carro até o hospital, e fizeram muitos ponto nele. Desde então eles ficaram muito amigos, e passaram a ter uma relação pai e filho.

Um dia porém, Zezé recebeu a notícia que o carro do português foi esmagado por um trem. Com a morte do amigo o garoto entrou numa depressão profunda. Sua família achou que foi a notícia que seu pé de laranja lima seria cortado. Aos poucos ele acabou se recuperando da perda e conseguiu retornar a sua vida normal.
José de Abreu e eu (temos bom gosto para roupa)

O livro já havia sido adaptado para o cinema e até para a televisão. Na nova versão, o português é interpretado pelo ator José de Abreu, sempre muito simpático com todos que visitam o local das filmagens. Além de Piacatuba, o filme está sendo rodado também em outros distritos de Leopoldina e na cidade de Recreio.

Local das filmagens faz parte da memória de Leopoldina e da Zona da Mata

Hoje as filmagens ocorreram a antiga Usina Maurício, hoje parte do Museu da Eletricidade, da Energisa. A Usina Maurício foi construída por José Monteiro Ribeiro Junqueira, João Duarte Ferreira e Norberto Custódio Ferreira, que na época estabeleceram na Zona da Mata uma das primeiras empresas de geração de energia de Minas Gerais, a Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, com sede na cidade de Cataguases, Minas Gerais. Fundada em 1907, a Cataguazes-Leopoldina é a terceira sociedade anônima a obter registro na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

A construção da usina foi uma verdadeira aventura. As obras ficaram sob o comendo do engenheiro Otávio Carneiro enfrentou todo tipo de obstáculos, como a topografia acidentada do local, carência de mão-de-obra especializada, estradas precárias para o transporte dos materiais, além de prolongada estação de chuvas. O lançamento da pedra fundamental da futura hidrelétrica se deu no dia 2 de setembro de 1906. A Usina Maurício entrou em operação em 14 de julho de 1908, portanto em 22 meses e 12 dias após ter sido iniciada. A usina Maurício com seus equipamentos originais encontra-se até hoje em funcionamento.

O passeio a Piacatuba foi duplamente vantajoso, além de visitarmos o local das filmagens e conhecermos alguns dos atores ainda foi possível visitar a antiga usinam que é um verdadeiro sítio arqueológoco, com suas imensas tubulações e maquinário. Aproveitando demos uma passadinha a cachoeira Poeira d' Água que sempre fornece lindas imagens. 

2 comentários:

Pesquisadora Nilza Cantoni disse...

Beleza, Natania. A acrescentar que a Usina tem este nome em homenagem a Antonio Maurício Barbosa, proprietário daquelas terras desde meados do século anterior. Mais precisamente no dia 8 de julho de 1847, seu pai - José Joaquim Barbosa, fez a compra em nome do filho. Posteriormente Antonio Maurício fez novas compras e tornou-se proprietário de uma boa extensão de terras que vai da margem esquerda do rio Novo até a direita do rio Pardo, saindo de Piacatuba (Leopoldina), passando por Ituí e Taruaçu (São João Nepomuceno) e entrando em Argirita. Foi vereador, delegado e fazendeiro de Leopoldina.

Consta que Antonio Maurício Barbosa fez doação para instalar a Usina. Entretanto, até o momento não encontrei fonte a respeito.

Natania A S Nogueira disse...

Obrigada pelas informações. Nilza!
Abraços!