Não costumo postar este tipo de nota pessoal, mas sento a necessidade de compartilhar uma experiência que tive com outros colegas. Na segunda, dia 07 de Setembro, pela manhã, eu fui convidada para um programa na rádio, para falar um pouco sobre a Independência do Brasil. Para fugir um pouco do que comumente se fala, resolvi dar ênfase às guerras de independência, geralmente esquecidas. Preferi falar sobre os nossos heróis anônimos, que deram suas vidas na lita contra a opressão, pela liberdade e coisas do tipo. Não me aprofundei muito, pois minha participação no programa durou apenas alguns minutos.
No dia seguinte, a tarde, eu me encontrei com um ex-aluno do norturno, um senhor bem mais velho do que eu, trabalhador braçal, pessoa muito simples, sempre muito educado e atencioso, desde a época em que eu lhe dei aula, há uns 3 ou 4 anos atrás. Ele queria me cumprimentar pela participação no programa de rádio.
As palavras que ele me dirigiu foram muito profundas e me fez pensar no sentido de se ensinar história. Ele me disse que apesar da dificuldade que tinha na hora de fazer as avaliações e as atividades, que ele sempre procurou prestar atenção do que eu dizia e que isto lhe fez entender melhor as coisas e a desenvolver seu senso crítico. Ele se considera uma pessoa mais preparada para a vida hoje, porque não aceita as informações passivamente. Ele se despediu com uma frase simples: "História é como dinheiro, tem que ser contada".
Aquele encontro, que durou pouco mais de 5 minutos me deixou com uma inquietação. Muitas vezes nós, professores, sobre a pressão do dia a dia, as cobranças por resultados na forma de números, estatísticas, pontos, esquecemos do verdadeiro sentido de se ensinar história. Pensei comigo que o meu maior êxito como professora estava ali, naquele senhor simples, que estava redescobrindo o mundo através da história, que desenvolveu seu senso crítico através das aulas de história.
Ele não consta dos números publicados pelo MEC, mas é a prova de que nosso sistema de ensino tem seu lado bom. Infelizmente, este lado positivo é eclipsado pela necessidade em se mostrar altos índices de aprovação, como se este índices por si mesmo fossem suficientes para atestar a qualidade do ensino no nosso país.
De qualquer forma, este breve encontro teve um grande efeito sobre mim. Eu me senti muito motivada e entusiasmada. O salário é baixo, as dificuldades são muitas, mas este tipo de reconhecimento, vindo de forma sincera de um aluno é que dá realmente sentido em fazer o nosso trabalho.
As palavras que ele me dirigiu foram muito profundas e me fez pensar no sentido de se ensinar história. Ele me disse que apesar da dificuldade que tinha na hora de fazer as avaliações e as atividades, que ele sempre procurou prestar atenção do que eu dizia e que isto lhe fez entender melhor as coisas e a desenvolver seu senso crítico. Ele se considera uma pessoa mais preparada para a vida hoje, porque não aceita as informações passivamente. Ele se despediu com uma frase simples: "História é como dinheiro, tem que ser contada".
Aquele encontro, que durou pouco mais de 5 minutos me deixou com uma inquietação. Muitas vezes nós, professores, sobre a pressão do dia a dia, as cobranças por resultados na forma de números, estatísticas, pontos, esquecemos do verdadeiro sentido de se ensinar história. Pensei comigo que o meu maior êxito como professora estava ali, naquele senhor simples, que estava redescobrindo o mundo através da história, que desenvolveu seu senso crítico através das aulas de história.
Ele não consta dos números publicados pelo MEC, mas é a prova de que nosso sistema de ensino tem seu lado bom. Infelizmente, este lado positivo é eclipsado pela necessidade em se mostrar altos índices de aprovação, como se este índices por si mesmo fossem suficientes para atestar a qualidade do ensino no nosso país.
De qualquer forma, este breve encontro teve um grande efeito sobre mim. Eu me senti muito motivada e entusiasmada. O salário é baixo, as dificuldades são muitas, mas este tipo de reconhecimento, vindo de forma sincera de um aluno é que dá realmente sentido em fazer o nosso trabalho.
5 comentários:
Parabéns pelo texto, Natania, concordo e sinto-me contemplado nele.
Abçs. do Cerri
Adorei o texto.
Acompanho o GT de ensino e fico muito atenta as discussões e idéias lançadas.
Sinto-me contemplada com teu texto.
abraços da terra do sol.
Fortal-CE
Obrigada pelos comentários,pessoal. Foi algo que eu precisei escreve, pq me tocou muito. Quem bom que outras pessoas leram e gostaram, tb.
:-)
Nossa Natania, Estou aqui emocionadissima com sua narração,O mais engraçado é que estava eu na internet, procurando novidades metodologicas para o ensino da história e me deparei com esta riqueza de blog que é o seu! Estou encantada! Eu, professora em História recem - formada, vinda de uma turma em que uma grande maioria fazia história não pelo prazer de dar aulas, mas sim por pensarem ser uma faculdade "facil" sem cálculos, apenas uma janela para o ensino superior, E o pior de tudo, num estado (RJ) onde o ensino é totalmente desacreditado, fico as vezes com uma sensação de vazio, de que nunca vou ter o "dever cumprido" Mas essa sua narração me fez lembrar tbm uma historia que viví a dez anos atras quando morei num assentamento e aos 15 anos ( sim, eu sempre quiz ser professora!) eu dei aulas para jovens e adultos atraves de um projeto de uma unversidade federal aqui do RJ, e uns 5 anos mais tarde descobri que um dos meus alunos que na epoca tinha 54 anos e trabalhava na lavoura, tinha dado continuidade aos estudos. Eu o encontri na rua e ele disse-me todo entusiasmado:
- professora, que bom lhe ver! Continuo estudando, porque ví que a senhora podia fazer muita coisa, mas preferiu gastar seu tempo ensinando a gente!
Foi mais ou menos isso, no fundo ele queria dizer que com 15 anos, eu não tinha obrigação de me preocupar com eles. E o mais legal, ele ja estava terminando o
9º ano, de pensar que aprendeu a ler e escrever comigo...foi uma emoção muito grande! e hoje, quase 10 anos depois desses eventos, me comparo com uma história tão parecida com a minha! e simplesmente me emocionei!
Muito obrigada, por servir de inspiração, para essa nova professora!!
E vou e seguir viu?
abraços
Dany
Oi, Danny!
Desculpe demora para responder seu comentário! Fiquei emocionada, muito. Que bom que minhas poucas palavras tiveram um efeito tão positivo. Agora foi vc que me inspirou!
Um bom dia do professor!
Postar um comentário