domingo, 14 de dezembro de 2025

GHIBLI IN CONCERT - RELATANDO A EXPERIÊNCIA

No feriado de 15 de novembro de 2025 eu me presenteei com um ingresso para o Ghibli in Concert, um espetáculo musical com trilhas sonoras de animes produzidos pelo do Studio Ghibli. O Studio Ghibli é um estúdio japonês de animação, fundado em 1985 por Hayao Miyazaki e Isao Takahata, conhecido por sua estética artesanal, narrativas profundas e cativantes. Eu sempre gostei de animes, embora eu não seja exatamente uma entusiasta ou especialista no tema. No entanto, confesso que algumas animações do Studio Ghibli me deixaram boas memórias. Por isso, eu acabei comprando ingressos para a turnê. E não me arrependo.

A orquestra foi regida pelo Maestro Eliseu Barros, celebrando a obra de Joe Hisaishi, compositor e diretor musical responsável pela trilha sonora de animes como “O Serviço de Entregas da Kiki” (1989), “Porco Rosso: O Último Herói Romântico” (1992), “Princesa Mononoke” (1997), “A Viagem de Chihiro” (2001) e “O Castelo Animado” (2004), citando alguns dos animes que eu já assisti e cuja trilha sonora eu conheço.

Lamento ter demorado um pouco para fazer o relato, mas no final do ano as coisas se atropelam. Passa um dia, uma semana e um mês sem a gente perceber. Mas a turnê está fazendo tanto sucesso que há shows marcados até janeiro de 2026, então, acho que ainda está em tempo de escrever algumas coisa.

Viajei para São Paulo, na sexta-feira, 14 de novembro, onde encontrei a amiga Déborah, minha colega nesta aventura. Depois de instaladas e de cumprir alguns compromissos de trabalho online, fomos dar uma volta na Rua Augusta, e jantar em um restaurante. Eu gosto de ir para a região da Consolação. Há muitas opções de bares e restaurantes, espaços alternativos, sem falar que é uma região muito animada. Foi muito tranquilo para ir, pois pegamos o metrô de Santa Cecília e, para a volta, optamos por um UBER, pois já estava um pouco tarde. 

Ficamos hospedadas em Santa Cecília, em um hotel bem aconchegante, o Hotel Centro 433, que aliás, foi uma ótima escolha. Os quartos são ótimos, o ambiente agradável, com espaços comuns e um café da manhã bem caprichado. Vai ficar, inclusive, na minha lista para quando eu precisar me hospedar novamente em São Paulo por poucos dias. Tipo, as fotos condizem com o que hospede encontra, o que nem sempre acontece. Neste caso foi acima das nossas expectativas iniciais.

No sábado, fomos para  bairro do Bom Retiro, pela manhã, para almoçar e aproveitamos para passar no Parque da Luz, que estava completando 200 anos, com uma programação especial. O Parque Jardim da Luz, é o mais antigo de São Paulo, Inaugurado em 19 de novembro de 1825 como Jardim Botânico, ele foi o primeiro espaço verde de lazer público de São Paulo. com estruturas como coreto, casa de chá e lagos. Havia até um aquário subterrâneo construído no final do século XIX ou início do século XX, e redescoberto durante reformas em 2000, revelando passagens e janelas de observação lacradas. Dá para imaginar como o espaço era moderno para o século XIX.

Aliás, uma das coisas que eu gosto em São Paulo é que sempre tem uma boa programação cultural e, geralmente, grátis. No caso da comemoração dos 200 anos do Parque da Luz, havia uma programação para o dia todos, atores com roupas de época, além de pontos de cultura, que falavam da história do Parque da Luz e de São Paulo. 

Depois do almoço, fomos para o show, marcado para 14h no Teatro APCD, literalmente do ladinho da estação de metrô Tietê. A espera não foi longa e foi bem animada, com jovens e adultos bem entusiasmados, famílias inteiras bem empolgadas.  Tudo muito organizado e sem confusão. Inclusive, com medo da chuva, a organização abriu os portões mais cedo, para que o público fosse para a parte externa coberta.

A entrada também foi muito organizada. O problema foi encontrar nosso lugar, porque a numeração era muito complicada, e olha que tinha uma pessoa do staff nos ajudando. Mas no final deu tudo certo. Cenário no palco era simples, mas muito bonito e alguns dos músicos e cantores estavam vestidos como personagens do Studio Ghibli. Foram cerca de duas horas de apresentação, com trilhas sonoras lindas, cantores fantásticos e público emocionado. Tanto a parte instrumental quanto vocal estavam lindíssimas. 



Um dos pontos altos do espetáculo foi a entrada do Sem-Rosto (No Face). Sem-Rosto é um personagem da A Viagem de Chihiro, que sem identidade própria é uma representação dos indivíduos em nossa sociedade. O personagem surge na história como uma figura espectral com uma máscara branca. Ele é um personagem que, pelo menos para mim, passa uma certa tristeza, pois não pertence a lugar algum. O sentimento de pertencimento surge à medida que se cria uma identidade, coisa que ele não tem, mas que deseja ter quando se apega a Chihiro.

Embora o show fosse a parte principal da viagem, e o motivo dela, conseguimos incluir várias outras coisas o que compensou, e muito, o tempo e o investimos que foi feito. Um bate-volta do interior de Minas Gerais a São Paulo, que foi o meu caso, pode ser cansativo, mas quando a gente consegue usufruir de momentos como estes, ao lado dos amigos, vale a pena.