Vou começar com o projeto que eu desenvolvi recentemente na E. M. Judith Lintz Guedes Machado, Leopoldina (MG) e que recebeu o nome de "Varal de Memórias". Trata-se de um projeto que começou a ganhar corpo em agosto de 2023, justamente na semana do estudante (semana em que comemoramos o dia do estudantes, 11 de agosto, com atividades extras na escola) . Eu resolvi, na inspiração, pedir para que cada aluno/a escrevesse pelo menos meia filha de caderno contanto uma lembrança/experiência relacionada à escola. As experiências seriam transcritas e faríamos um varal no qual cada um colocaria seu texto. Daí o nome de "Varal de Memórias".
Era para ser uma atividade apenas para minhas turmas do oitavo ano, mas acabou se tornando um projeto maior, que envolveu 8 salas e alunos do 7º ao 9º ano. Os textos eram tão interessantes que acabei abandonando a ideia original e resolvi transcrever os 110 texto que recebi e transformar em um livro. Com isso eu manteria o registro daquelas memórias e os alunos/as que participaram do projeto poderiam ter consigo o fruto do seu trabalho e compartilhar suas memórias com outras pessoas.
Foi assim que nasceu o livro "Varal de Memórias" que foi lançado oficialmente no dia 02 de dezembro, numa cerimônia que teve a participação de alguns alunos que participaram da atividade, além de pais, professore e autoridades ligadas à educação e à cultura, de Leopoldina (MG) e até de outros municípios da Zona da Mata. Foi emocionante.
O livro foi literalmente impresso na escola. A diretora imprimiu e encadernou pessoalmente exatos 110 unidades e também fizemos uma versão e-book. Estamos levantando a possibilidade de conseguirmos verba para imprimir em gráfica 100 unidades do livro, para serem distribuídas para escolas do munícipio, mas isso é projeto para 2024.
Fazendo um apanhado geral, a experiência de organizar um livro de memórias foi um desafio e um prazer. Um desafio pois trabalhar com jovens requer certos cuidados e eu meio que pisei em ovos com relação aos relatos, porque eu estava trabalhando com menores. O primeiro passo foi pedir autorização dos pais/responsáveis e garantir o anonimato dos participantes. Sim, não nomeei os alunos/as, por questão de ética com pesquisa envolvendo seres humanos. Fui orientada a proceder desta forma. Outro desafio foi de organizar o livro da forma devida.
Prometi aos alunos que eles teriam tratamento de autor. Não deveriam se preocupar com a escrita pois todo o material seria revisado antes de publicado. Para isso eu contei com a ajuda da equipe do professor Nataniel Gomes do curso de letras UEMS, que se voluntariaram para fazer a revisão. A diagramação foi realizada juntamente com o professor Amaro Braga, da UFAL, amigo de longa data. A capa foi criada por duas aluna da escola, Lívia e Vivian, e tratada digitalmente pelo designer e quadrinista Hamilton Kabuna. O prefácio foi realizado pela professora Fabiana Rubira, da FEUSP. Enfim, foi um trabalho coletivo, envolvendo pessoas de dentro de fora da escola.
O prazer veio na reação dos/as estudantes que participaram do projeto tanto durante o processo de produção do texto quanto no lançamento do livro. Aqueles que não puderam estar presentes no lançamento buscaram seus exemplares e foi muito recompensador ver como liam com interesse e comentavam entre si sobre os textos.
Para quem tiver interesse em conferir o trabalho basta clicar aqui e baixar gratuitamente o e-book. Se quiser deixar suas impressões, faça um comentário. Irei compartilhar com os alunos/as da escola.
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