Cecília
Capuana é quadrinista e pintora italiana. Nasceu na Sicília, em
uma pequena aldeia à sombra do
Monte Etna. Ainda criança, mudou-se com sua família para Roma[1]. Formada em
belas artes, ela pertence a uma geração de mulheres cartunistas que floresceu
no final da década de 1960, em meio à emergência de movimentos sociais que
reivindicavam mais liberdade e no caso das mulheres mais visibilidade. Este
contexto influenciou sua produção.
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Becco Rosso # 01 |
Participou na época da fundação da revista satírica
Becco Rosso, na Itália, uma revista underground. O
conteúdo da revista era político e feminista. Seus colaboradores eram um grupo
de colegas ativistas do movimento estudantil. Fizeram apenas um número do
periódico, o segundo não chegou a ser impresso. Becco Rosso representava o
momento de politização dos jovens e de acessão dos movimentos sociais e de
esquerda.
Na
Itália, nos anos 1970, houve uma proliferação de revistas underground, dente
elas Capuana cita Re Nudo, Cabalà ecc. Effe e Strix que eram publicações feministas. Segundo ela, a
Revolução Cultural iniciada em 1968 levou muitas artistas a saírem das galerias
e buscarem novas formas de expressão. As HQs, com sua ironia, ofereciam um novo
olhar político-social sobre a diferença entre os sexos[2].
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Imagem cedida por Cecília Capuana. |
Pode ser considerada uma das pioneiras nos quadrinhos
underground daquele país. Na Itália seus trabalhos também foram publicados nas
revistas Alter Linus, Comic Art, Totem e Vampirella. Publicou, também, na Espanha (El Víbora e Totem) e nos Estados
Unidos (Wimmen’s Comics)[3].
Na
França ela mergulhou no mundo dos quadrinhos de ficção cientifica e teve oportunidade
de escrever para um público adulto de milhares de leitores. Seus quadrinhos eram impactantes e remetiam a
temas filosóficos e morais profundos. Sobre
sua experiência com quadrinhos de ficção ciêntífica na Métal Hurlant, publicada pela Humanoides e Associès, Capuana declarou
em entrevista:
"Cativante, a arte do desenho estava em primeiro lugar, eram os herdeiros de Daumier, Dore, Blake, havia a atenção para a qualidade do trabalho, foi feito um salto de qualidade em relação ao quadrinho tradicional. A ficção científica foi privilegiada, mas também o compromisso político e rock" [4].
Cecília Capuana foi uma das colaboradoras estrangeiras da revista francesa Ah! Nana!, lançada em outubro de 1976 e que completa este ano 40 anos. O convite para participar da revista veio após Capuana enviar seus desenhos para a Metal Hurlant. Como suas temáticas envolviam questões feministas como aborto e divórcio, por exemplo, ela foi imediatamente convidada pela colaborar com Ah! Nana![5]
"Cativante, a arte do desenho estava em primeiro lugar, eram os herdeiros de Daumier, Dore, Blake, havia a atenção para a qualidade do trabalho, foi feito um salto de qualidade em relação ao quadrinho tradicional. A ficção científica foi privilegiada, mas também o compromisso político e rock" [4].
Cecília Capuana foi uma das colaboradoras estrangeiras da revista francesa Ah! Nana!, lançada em outubro de 1976 e que completa este ano 40 anos. O convite para participar da revista veio após Capuana enviar seus desenhos para a Metal Hurlant. Como suas temáticas envolviam questões feministas como aborto e divórcio, por exemplo, ela foi imediatamente convidada pela colaborar com Ah! Nana![5]
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Ah! Nana! # 06, 1977.Imagem cedida por Cecília Capuana. |
Publicou
seus quadrinhos já no primeiro número, juntamente com outras autoras como Trina
Robbins, Chantal Montellier e Florence Cestac. Sobre a interdição da
revista, Ah! Nana!, em 1978, sob a acusação de pornografia, Cecília Capuana é
tachativa: foi absurda.
Em
seus quadrinhos contou com a colaboração de diversos escritores e roteirista como
Bernardino Zapponi e Federico Fellini. Fez ainda ilustrações para revistas
como L'Espresso, la Repubblica, il
Manifesto, Overview, além de ilustrações para livros infantis e fez ainda trabalhos de publicidade para redes de televisão. O quadrinista Jean Giraud
(Moebius), com quem colaborou dividiu espaço em Ah! Nana! e Métal Hurlant era grande admirador do seu trabalho.
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Imagem cedida por Cecília Capuana. |
Embora sua obra remeta por vezes ao simbolismo e ao
surrealismo, a autora define seu estilo como “um não estilo, ou um estilo pessoal”[6]. Suas influências
nos quadrinhos vieram, a princípio, das HQs underground estadunidenses,
posteriormente inspirou-se na pintura renascentista italiana. Uma combinação
interessante que culminou num estilo único, realmente, como declarou a autora,
pessoal[7].
Atualmente,
Cecília Capuana dedica-se a pintura e ilustração. Desde a década de 1970
realizou pelo menos trinta exposições, em vários países europeus.
Agradecimentos especiais a Cecília Capuana pela paciência em responder minhas perguntas, com péssimo italiano de google tradutor e pelo material que gentilmente me enviou.
[1] CAPUANA,
Cecília. Disponível em: http://zip.net/bdtvst,
acesso em, 01 oct. 2016.
[2]
Entrevista
concedida à autora no dia 17 de janeiro de 2015.
[3] CAPUANA,
Cecília (2010). Disponível em: http://zip.net/blttrv,
acesso em 14 mai. 2015.
[4] Appassionante, l'arte del disegno era al primo posto,
erano gli eredi di Daumier, Dorè, Blake, c'era attenzione alla qualità del
lavoro, è stato fatto un salto di qualità rispetto al fumetto tradizionale. La
fantascienza era privilegiata ma anche l'impegno
politico e la musica rock (tradução Valéria da Silva Fernandes). Entrevista
concedida à autora no dia 17 de janeiro de 2015.
[5] Entrevista
concedida à autoria do texto no dia 1º de outubro de 2016.
[6] Id., 2106.
[7] Id.,
2016.
* O texto acima faz parte de uma pesquisa em andamento, com maior riqueza de detalhes, que pretendo publicar em breve.
* O texto acima faz parte de uma pesquisa em andamento, com maior riqueza de detalhes, que pretendo publicar em breve.
Brava! Yes, the google translator is terrible, but it still comes through as a good article. I love Ceclia Capuana!
ResponderExcluirI loved write this article. Cecilia Capuana is wondeful!!!
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